O mercado de investimento em imobiliário comercial em Portugal demonstrou uma forte resiliência e atratividade, registando um volume de 1.855 milhões de euros até ao final do terceiro trimestre, o que representa um crescimento homólogo de 72%. Este dinamismo, liderado pelos setores do retalho e da hotelaria, mostra que o capital continua a fluir para o imobiliário português, embora com um foco predominante em ativos comerciais em detrimento do setor residencial. Segundo relatórios da consultora WORX Real Estate Consultants, o setor do retalho foi o mais dinâmico, captando 671 milhões de euros (36% do total investido), seguido de perto pelo setor da hotelaria, com 396 milhões de euros (21%). As projeções da consultora apontam para que o volume total de investimento em 2025 possa superar o de 2024, situando-se entre 2,2 e 2,5 mil milhões de euros. Em contrapartida, o mercado de escritórios em Lisboa apresentou uma quebra na absorção de 22%.
Estes dados revelam uma clara preferência dos investidores por ativos que geram rendimento através do comércio e do turismo, setores que continuam a mostrar um desempenho robusto.
A análise deste fluxo de capital é crucial para compreender a dinâmica do mercado imobiliário no seu todo, pois evidencia que, apesar da crise na habitação, o imobiliário como classe de ativo continua a ser altamente atrativo para investidores nacionais e internacionais, que encontram em Portugal estabilidade e potencial de valorização.
Em resumoO investimento em imobiliário comercial cresceu 72% até ao terceiro trimestre, impulsionado pelo retalho e hotelaria. Este dado sublinha a atratividade de Portugal para o capital internacional, que se concentra em ativos comerciais, contrastando com a crise sentida no mercado da habitação residencial.