As medidas vão desde a gestão do património público à implementação de incentivos fiscais, refletindo as diferentes visões ideológicas sobre como resolver uma das questões mais prementes do país. O Partido Socialista (PS) focou-se na preservação do património do Estado, propondo a proibição da "alienação de imóveis públicos que tenham aptidão habitacional". Esta medida visa garantir que os ativos do Estado sejam canalizados para o mercado de arrendamento acessível, em vez de serem vendidos. A proposta surge num contexto em que o Governo prevê uma verba significativa para a alienação de imóveis, incluindo edifícios com potencial habitacional.

Por outro lado, a Iniciativa Liberal (IL) apresentou propostas de cariz fiscal para estimular o mercado. Os liberais defendem a isenção de IRS sobre as mais-valias na venda de imóveis durante o ano de 2026 e a redução da taxa de IVA na construção de habitação para a taxa mínima de 6%.

O objetivo destas medidas é aumentar a oferta no mercado e facilitar as transações, incentivando proprietários a vender e promotores a construir.

Estas diferentes abordagens espelham o debate central sobre a crise habitacional: enquanto o PS aposta numa maior intervenção estatal e na gestão de ativos públicos, a IL defende a liberalização do mercado através de estímulos fiscais, acreditando que a solução passa por dinamizar a iniciativa privada.