A situação é particularmente grave em Lisboa e no Porto, onde o custo de arrendar um quarto já equivale a metade do salário mínimo nacional.
A escalada das rendas tornou-se um obstáculo significativo à capacidade de poupança dos portugueses. Um estudo sobre literacia financeira revela que a "renda ou elevada prestação da casa" é uma das principais razões apontadas por mais de 57% dos inquiridos para a dificuldade em poupar de forma regular. Esta pressão financeira não se limita aos grandes centros urbanos, sendo um problema transversal que afeta o orçamento de inúmeras famílias em todo o país.
A dificuldade de acesso a uma habitação condigna a preços comportáveis é agravada pela escassez de oferta no mercado de arrendamento tradicional. A situação reflete-se na qualidade de vida e na capacidade de planeamento a longo prazo, forçando muitos cidadãos, especialmente os mais jovens e aqueles com rendimentos mais baixos, a adiar projetos de vida ou a viver em condições de precariedade habitacional.
A discrepância entre os salários e os custos da habitação evidencia uma crise de acessibilidade que se aprofunda, exigindo respostas políticas e sociais para garantir que o direito a uma habitação digna não se torna um luxo inacessível.













