Uma análise detalhada do portal imobiliário Idealista, referente ao terceiro trimestre de 2025, revela um cenário de grande dificuldade para quem procura casa para arrendar.

Em 25 dos 50 municípios com maior procura, a renda mediana já ultrapassa os 1.000 euros mensais.

A pressão concentra-se de forma acentuada nas periferias das grandes metrópoles e no Algarve.

O concelho de Lagos lidera a tabela como o mais caro, com uma renda mediana de 1.753 euros, seguido de perto por Sintra (1.744 euros) e Oeiras (1.743 euros). O fenómeno de “contágio” é evidente, com a procura a deslocar-se para os concelhos limítrofes de Lisboa, como Vila Franca de Xira, Moita e Barreiro, que dominam o top 10 da procura nacional. No entanto, esta fuga dos centros urbanos não se traduz em alívio financeiro, pois quase todos os 16 municípios de Lisboa e Setúbal analisados apresentam rendas superiores a mil euros.

A própria capital, com uma renda mediana de 1.810 euros, já nem figura no top 50 da procura, ocupando a 54.ª posição, o que demonstra a expulsão efetiva dos arrendatários para zonas mais distantes.

A mesma tendência observa-se no Porto, onde a procura se desloca para concelhos como Valongo e Gondomar.

Estes dados confirmam que a crise de acessibilidade à habitação deixou de ser um problema exclusivo dos grandes centros e alastrou-se de forma generalizada, tornando-se um desafio nacional.