Apesar de o Governo e o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) assegurarem que os pagamentos estão regularizados, multiplicam-se os relatos de beneficiários que ficaram meses sem receber o apoio. O IHRU havia prometido liquidar os retroativos até ao final de outubro, mas o compromisso não foi cumprido em inúmeros casos. A situação leva a que famílias em situação de precariedade económica, como Carlos Gouveia, de Braga, que acumulou uma dívida de 1.200 euros do IHRU, se vejam forçadas a recorrer a ajuda alimentar. O presidente do IHRU, Benjamim Pereira, reconhece que cerca de 40 mil dos 180 mil beneficiários têm o apoio suspenso devido a “incongruências”, mas muitos lesados afirmam nunca ter sido notificados de qualquer irregularidade.
O ministro das Infraestruturas insiste que “não há atrasos absolutamente nenhuns” e que o pagamento depende da resolução dessas incongruências pelos próprios beneficiários.
No entanto, a Associação dos Inquilinos Lisbonenses critica a “grande incompetência” do IHRU e considera que o esquema foi “mal concebido”.
António Machado, secretário-geral da associação, afirma que, no final, “quem sai castigado é quem é mais vulnerável”, evidenciando o fosso entre as declarações políticas e o desespero de quem depende deste apoio para manter a sua casa.












