A procura por melhores perspetivas profissionais é o principal motivo (37%), mas o descontentamento com a realidade política, fiscal e social, onde se insere o custo de vida, é um fator subjacente.

A tendência é particularmente acentuada nos jovens entre os 18 e 24 anos, dos quais 73% consideram sair do país.

O investigador Sohel Murshed, do Instituto Superior Técnico, corrobora esta visão, alertando para o risco de "fuga de cérebros".

Descreve o custo de vida em Lisboa como "insuportável", afirmando que "nenhum dos estudantes consegue ter uma vida aqui". A falta de oportunidades profissionais estáveis para investigadores, aliada à dificuldade de acesso à habitação, faz com que Portugal invista na formação de quadros de excelência que acabam por ser aproveitados por outros países.

Sem uma "política integrada" que aborde estas questões, incluindo a habitação, o país arrisca-se a perder o seu talento mais valioso, comprometendo o seu desenvolvimento futuro.