A Associação Mutualista Montepio Geral está no centro de um debate interno sobre o seu papel social, com uma lista de oposição a defender que a produção de habitação deve ser uma linha central da sua atuação. A proposta visa recuperar o papel histórico da mutualista no apoio direto aos associados, nomeadamente através da criação de habitação a rendas acessíveis. A lista B à assembleia de representantes, liderada por Tiago Mota Saraiva, argumenta que a questão da habitação é "fundamental neste momento, para todas as gerações" e que o Montepio, sendo a "maior associação da Península Ibérica", tem uma escala que lhe permitiria ter um impacto estrutural na sociedade portuguesa. A proposta defende uma mudança de foco, passando de uma lógica de "produzir capital" através de financiamento de crédito e fundos de investimento para uma atuação como produtora direta de habitação "a rendas acessíveis para os seus associados".
Esta visão recupera o investimento histórico da mutualista na habitação durante os anos 30 do século passado.
Além da produção direta, a lista de oposição sugere que o grupo Montepio crie linhas próprias de financiamento para cooperativas de habitação.
Segundo Mota Saraiva, estes investimentos seriam seguros, dado que o imobiliário se valoriza historicamente e existe a garantia física do imóvel.
Embora a atual administração, liderada por Virgílio Lima, já tenha apresentado um programa para a área da habitação, a oposição considera que "pode ser feito muito mais" para ajudar os mais de 600 mil associados a enfrentar a crise habitacional.
Em resumoNo contexto das eleições internas do Montepio, uma lista de oposição pressiona a mutualista a assumir um papel mais ativo na resolução da crise de habitação. A proposta de produzir habitação a rendas acessíveis para os associados e apoiar cooperativas visa resgatar a missão social da instituição e utilizar a sua dimensão para ter um impacto real no mercado.