As principais razões apontadas são a procura de “melhores condições profissionais” e o “descontentamento com a realidade política, fiscal e social existente no país”. A crise habitacional é uma componente crítica desta realidade social, que contribui para a deterioração das condições de vida.

Este sentimento de desesperança é também ecoado no discurso político.

A candidata presidencial Catarina Martins afirmou que a sua campanha é “contra o abandono das gerações mais novas, obrigadas a abandonar Portugal por não verem aqui um futuro”.

A ex-coordenadora do Bloco de Esquerda lamenta que “as gerações mais qualificadas de sempre pensem em emigrar, porque não têm esperança”, associando diretamente a falta de perspetivas, onde se inclui a impossibilidade de aceder a uma casa, à decisão de procurar uma vida noutro país. A emigração de talento jovem representa, assim, uma consequência direta e preocupante da crise multifacetada que Portugal atravessa, com a habitação no seu epicentro.