O ambicioso plano de transformar Sines num polo de infraestrutura digital e logística está a gerar uma consequência imprevista e grave: uma crise de habitação aguda. A chegada de milhares de trabalhadores para os novos projetos está a sobrecarregar os serviços locais e a levar a situações extremas, como pessoas a dormirem em viaturas por falta de alojamento. Sines está no centro de uma estratégia económica para diversificar a economia portuguesa e reduzir a dependência do turismo, atraindo investimentos de grande escala. Entre os projetos destacam-se o centro de dados Start Campus (8,5 mil milhões de euros), uma fábrica de baterias da CALB (2 mil milhões de euros) e uma nova unidade de componentes de baterias da empresa dinamarquesa Topsoe. Estes investimentos poderão criar mais de 5.000 postos de trabalho.
No entanto, a infraestrutura local não está a acompanhar este desenvolvimento acelerado.
Um dos problemas mais graves é a “falta de habitação adequada”, que tem levado a que alguns trabalhadores durmam nos seus carros, enquanto “os projetos residenciais avançam lentamente”.
A pressão estende-se também aos serviços públicos, como saúde e educação, que mostram sinais de sobrecarga.
Este cenário em Sines ilustra um desequilíbrio crítico entre o desenvolvimento económico rápido e o planeamento de infraestruturas sociais, onde a oferta de habitação falha em responder à nova procura, criando uma crise social localizada.
Em resumoOs grandes investimentos industriais e digitais que estão a transformar Sines estão a causar uma grave crise de habitação local. O afluxo de trabalhadores ultrapassou a disponibilidade de alojamento adequado, levando a carências e pressão social, o que evidencia uma falha significativa no planeamento para acompanhar o 'boom' económico.