O plano do executivo, detalhado pelo ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, assenta em três eixos principais.

O primeiro é um investimento de 9 mil milhões de euros para a construção de 150 mil novas habitações públicas até 2030, um esforço que triplica a dimensão do Programa Especial de Realojamento (PER). Este investimento será financiado através do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), do Orçamento do Estado e de linhas de financiamento do Banco Europeu de Investimento (BEI). O segundo eixo foca-se em estimular o mercado privado através de um pacote fiscal "agressivo", que inclui a redução da taxa de IRS sobre rendimentos prediais de 25% para 10% para rendas até 2.300 euros mensais e a isenção de mais-valias na venda de imóveis quando o valor é reinvestido em habitação para arrendamento a preços moderados. Para garantir a previsibilidade dos investidores, foram criados contratos de investimento a 25 anos com isenções de IMI, IMT e Imposto de Selo. O terceiro pilar é a simplificação dos processos de licenciamento, um dos principais entraves à construção.

O ministro Miguel Pinto Luz reconheceu que "não há balas de prata", mas acredita que "todas [as medidas] em conjunto" conseguirão atenuar a crise.