Apesar desta flutuação, a tendência geral tem sido de alívio para as famílias, com os juros dos empréstimos da casa a atingirem em outubro o valor mais baixo dos últimos 21 meses. Numa das atualizações diárias, a taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, recuou para 2,149%, enquanto a taxa a doze meses desceu para 2,229%. Em sentido contrário, a Euribor a três meses subiu para 2,066%.

Esta evolução reflete a expectativa dos mercados em relação às futuras decisões de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que manteve as taxas diretoras na sua última reunião, após um ciclo de cortes iniciado em junho de 2024. A presidente do BCE, Christine Lagarde, considerou que a entidade se encontra "em boa posição", mas não descartou futuras alterações.

Para as famílias portuguesas com crédito à habitação, a descida das taxas a seis e doze meses representa um alívio na prestação mensal, num contexto de elevado custo de vida. Segundo dados do Banco de Portugal, a Euribor a seis meses representava 38,3% do stock de empréstimos para habitação própria em setembro, seguida pela Euribor a doze meses com 31,87%.

A tendência de queda, embora ligeira, contribui para uma melhoria da acessibilidade financeira, ainda que a incerteza sobre os próximos passos do BCE mantenha os mercados e os devedores em alerta.