Atualmente, apenas os contribuintes com contratos de crédito à habitação celebrados até 31 de dezembro de 2011 podem deduzir 15% dos juros suportados, com um limite de 296 euros anuais. As propostas apresentadas por PAN, Chega, PCP e Bloco de Esquerda procuravam eliminar esta restrição temporal, permitindo que todos os contratos de crédito para habitação própria e permanente pudessem beneficiar de uma dedução. As iniciativas variavam no limite máximo do benefício, com o Chega a propor um teto de 600 euros, o PCP de 350 euros, o BE de 360 euros, e o PAN a manter os 296 euros atuais.

No entanto, todas as propostas foram rejeitadas com os votos contra da coligação governamental (PSD e CDS-PP) e a abstenção do PS, que se revelou decisiva para o chumbo.

A manutenção desta regra é justificada pela necessidade de controlo orçamental, mas é criticada por criar uma divisão injusta entre proprietários, penalizando precisamente aqueles que compraram casa em anos mais recentes e que estão mais expostos à volatilidade das taxas de juro. O debate reflete a tensão política entre a implementação de medidas de alívio para as famílias em dificuldades e a sustentabilidade das contas públicas, um tema central na discussão sobre a crise da habitação.