O projeto, da empresa Birchview, faliu sem nunca ter sido concluído, tornando-se um dos maiores buracos financeiros na história do banco público.

O financiamento foi concedido em 2007, antes da crise financeira global, ao empresário inglês Mark William Lenherr para a aquisição de um grupo que detinha ativos imobiliários na Quinta do Lago.

O montante total reclamado pela CGD, incluindo capital e juros por pagar, ultrapassava os 300 milhões de euros.

No entanto, o projeto enfrentou dificuldades com a crise de 2008, não conseguindo vender as casas, obter licenciamento e concluir as obras, o que levou à insolvência da Birchview em 2017.

Nos anos seguintes, a CGD tentou recuperar o investimento através da venda dos ativos hipotecados.

O processo permitiu ao banco público reaver cerca de 140 milhões de euros, aos quais se somaram recentemente 1,9 milhões de euros da tesouraria da empresa insolvente. Contas feitas, o prejuízo ascende a 100 milhões de euros em capital, acrescidos de pelo menos 65 milhões em juros não pagos. Este caso, que obrigou a que as perdas fossem reconhecidas e contribuíssem para a necessidade de recapitalização da CGD com fundos estatais em 2017, ilustra os riscos do financiamento a projetos imobiliários de alta gama e as consequências de investimentos feitos em períodos de euforia do mercado que acabam por se revelar ruinosos para os credores, neste caso, o erário público.