As queixas contra a AIMA (Agência para a Integração, Migrações e Asilo) dispararam, enquanto os baixos salários em setores-chave limitam drasticamente a capacidade de encontrar uma casa condigna.
O Portal da Queixa registou um agravamento da insatisfação com a AIMA, com cerca de 1.847 reclamações entre janeiro e novembro de 2025, um aumento de 6,46% face ao período homólogo.
Os principais motivos são problemas administrativos, atrasos em marcações e falhas de comunicação.
Esta ineficiência burocrática tem consequências diretas na vida dos imigrantes, dificultando processos essenciais como a assinatura de contratos de arrendamento, uma vez que a falta de documentação regularizada impede a sua celebração.
Paralelamente, a vulnerabilidade económica desta população agrava o problema.
Um relatório da OCDE, "International Migration Outlook 2025", revela que Portugal tem uma das mais altas taxas de empregabilidade de imigrantes, mas quase um terço (entre 57% e 60%) trabalha nos setores que pior pagam, como a restauração, construção, agricultura e serviços de limpeza.
Em média, os imigrantes ganham 20% a 30% menos do que os trabalhadores portugueses em funções equivalentes, e quase nove em cada dez recebem menos de 1000 euros mensais.
Esta combinação de entraves burocráticos e baixos rendimentos cria uma dupla barreira, empurrando muitos imigrantes para situações de habitação precária, sobrelotada ou para a incapacidade de encontrar uma morada estável, apesar de serem uma força de trabalho essencial para a economia nacional.












