A capital portuguesa figura entre os principais destinos do continente, consolidando a sua posição num contexto de incerteza económica global.

De acordo com um relatório da PwC, Lisboa está no top 20 das cidades europeias para investimento imobiliário em 2026, destacando-se pela liquidez e transparência do mercado. Dados da Confidencial Imobiliário para o primeiro semestre de 2025 corroboram esta tendência, revelando que investidores de 52 nacionalidades diferentes compraram 730 casas na Área de Reabilitação Urbana (ARU) de Lisboa, num total de 465,2 milhões de euros.

Este valor representa 32% do montante total investido em habitação na ARU.

Os compradores norte-americanos lideraram, sendo responsáveis por 24% do capital estrangeiro aplicado.

Um dado relevante é a disparidade no valor médio de aquisição: os estrangeiros investiram, em média, 635,5 mil euros por transação, um valor 50% superior ao ticket médio dos compradores portugueses (424,4 mil euros). Esta forte procura internacional, focada em segmentos de maior valor, exerce uma pressão ascendente sobre o mercado como um todo, dificultando o acesso à habitação para os residentes locais, cujos rendimentos não acompanham a valorização imobiliária. A atratividade de Lisboa, impulsionada por fatores como a qualidade de vida e a segurança, continua assim a alimentar um ciclo de investimento que, por um lado, reabilita a cidade, mas por outro, agrava a crise de acessibilidade.