Casos recentes em Palmela e na região do Gerês revelam a crescente sofisticação e reincidência deste tipo de criminalidade. Em Palmela, um homem de 48 anos, representante de uma empresa de construção, foi detido por suspeita de 19 crimes de burla qualificada, num esquema que lhe permitiu apropriar-se de mais de três milhões de euros. Segundo a PJ, o suspeito celebrava múltiplos contratos-promessa de compra e venda para os mesmos imóveis, recebendo sinais e adiantamentos de vários compradores sem nunca concluir as obras ou entregar as casas. Já na região do Gerês, a PJ de Braga deteve um casal, de 43 e 52 anos, responsável pela publicação de falsos anúncios de arrendamento de casas de férias. Os suspeitos, reincidentes na prática deste tipo de crimes, utilizavam a internet para obter vantagens financeiras ilícitas, tendo já sido condenados anteriormente a penas de prisão efetiva.
A operação "Double Click" culminou em buscas em Santiago do Cacém, Bombarral e Columbeira, onde foram apreendidos equipamentos informáticos e documentos.
Estes casos ilustram como os criminosos exploram a urgência e, por vezes, o desespero de quem procura uma casa para comprar ou arrendar, utilizando a anonimização proporcionada pelos meios digitais para enganar as vítimas e ocultar os lucros ilícitos.
A persistência destes esquemas sublinha a vulnerabilidade dos cidadãos num mercado imobiliário sobreaquecido.












