Os municípios de Lagos e Estarreja são exemplos desta tendência, ao aprovarem pacotes fiscais para 2026 que mantêm o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) na taxa mínima legal de 0,3% e abdicam da sua participação variável no IRS. Em Lagos, a autarquia decidiu manter o IMI no limiar mínimo e prescindir da totalidade da sua participação no IRS, o que, segundo o executivo, representa "rendimento acrescido para os contribuintes residentes em Lagos".
Esta medida equivale a mais de um milhão de euros de receita que o município deixa de arrecadar. Adicionalmente, Lagos mantém a redução de 20% na taxa de IMI para prédios arrendados para habitação permanente e o mecanismo de IMI familiar, que oferece deduções fixas consoante o número de dependentes. De forma semelhante, a Câmara de Estarreja também fixou o IMI na taxa mínima de 0,3%, justificando a medida com uma "gestão financeira rigorosa e equilibrada" que permite um "alívio do esforço fiscal das famílias". No que toca ao IRS, Estarreja optou por uma participação de 3%, abdicando dos 5% máximos permitidos, uma decisão que o PS local considerou insuficiente, defendendo uma redução para 2,5%. Estas políticas municipais demonstram uma resposta local e direta à crise de acessibilidade, utilizando os impostos como ferramenta para apoiar os orçamentos familiares.












