Enquanto algumas regiões do Algarve registam valorizações expressivas impulsionadas pelo investimento estrangeiro, vários municípios do interior apresentam os preços por metro quadrado mais baixos do país, evidenciando a crescente desertificação e a falta de dinamismo económico. Uma análise do portal imobiliário idealista, referente ao terceiro trimestre de 2025, identifica Pampilhosa da Serra, no distrito de Coimbra, como o município mais barato para comprar casa, com um preço mediano de 494 euros por metro quadrado (euros/m2). O ranking dos mais acessíveis é dominado por concelhos do interior, como Penamacor (Castelo Branco), Nisa (Portalegre) e Sabugal (Guarda), todos com valores a rondar os 500 euros/m2. No extremo oposto, Lisboa surge como a cidade mais cara, com o metro quadrado a custar 5.886 euros, seguida por destinos turísticos e de luxo como Cascais (5.510 euros/m2) e Loulé (4.569 euros/m2).
Esta disparidade é acentuada pela dinâmica do mercado no Algarve.
Um relatório da consultora Engel & Völkers destaca que Faro foi a zona com maior aumento no preço médio de venda (+44%), seguida por Lagoa e Albufeira (+20%).
O investimento estrangeiro, proveniente maioritariamente do Reino Unido, Irlanda, Alemanha, Holanda e Estados Unidos, representa mais de 50% das transações em todas as zonas algarvias onde a consultora opera.
Estes dados demonstram como a procura internacional e o turismo impulsionam os preços em regiões específicas, enquanto o interior do país enfrenta um mercado estagnado, refletindo os desafios demográficos e económicos que aprofundam as desigualdades territoriais.













