Esta tendência, que afeta todo o país, evidencia um mercado imobiliário cada vez mais inacessível para a classe média.
A análise detalhada do mercado imobiliário português mostra uma transformação profunda no perfil da oferta habitacional.
A nível nacional, não só a oferta de imóveis até 200.000 euros sofreu uma redução de 73%, como também o segmento seguinte, entre 200.000 e 300.000 euros, encolheu 32%. Em contrapartida, os segmentos de preços mais elevados registaram um crescimento expressivo: as casas entre 400.000 e 500.000 euros aumentaram 37% e a oferta acima de meio milhão de euros disparou 42%.
Esta evolução, segundo o estudo, demonstra "um mercado claramente a afastar-se da classe média".
A situação é particularmente grave em várias capitais de distrito.
No Funchal, a oferta de casas até 200 mil euros caiu 97%, tornando-se praticamente inexistente.
Em Braga, a quebra foi de 84%, enquanto em Viana do Castelo a redução atingiu os 70%. Em cidades como Lisboa, Porto e Faro, este tipo de habitação tornou-se "quase residual".
A única exceção entre as capitais de distrito foi Vila Real, onde a oferta neste segmento de preço aumentou 16%.
O estudo conclui que os elevados custos de construção, os atrasos nos licenciamentos e a alta carga fiscal contribuem para esta tendência, dificultando a colocação de casas a preços acessíveis no mercado.












