A dispersão do património e a burocracia na reabilitação são apontadas como os principais desafios para controlar o problema. O IHRU, que gere um parque de cerca de 16 mil imóveis (14.873 para habitação e 1.560 não residenciais) distribuídos por 139 municípios, enfrenta dificuldades na fiscalização do seu património.
Benjamim Pereira, presidente do instituto, afirmou ao Expresso que a "dispersão complica muito a nossa ação", uma vez que a entidade só possui instalações em Lisboa e no Porto.
As ocupações ilegais ocorrem em habitações que se encontravam "vazias circunstancialmente", aguardando obras de reabilitação ou a abertura de concursos para nova atribuição. Para combater esta situação, o IHRU intensificou as ações de despejo, tendo realizado 76 desde o início do ano, quase o dobro do total de 2024, e prevê duplicar novamente este número até ao final de 2025.
Benjamim Pereira esclareceu que esta medida não é "nada contra as famílias", mas sim "um ato de gestão puro e duro, porque há pessoas que estão à espera dessas mesmas casas, devidamente inscritas". A morosidade dos processos judiciais, que podem demorar entre seis meses a mais de um ano, e a "burocracia terrível" associada às obras de reabilitação são fatores que favorecem as reocupações.
Para acelerar as intervenções, o IHRU criou um acordo-quadro com empresas pré-contratadas.












