Esta aparente contradição sugere que a nova oferta continua a ser insuficiente para satisfazer a procura, prevendo-se que os preços continuem a subir em 2026.

O mercado imobiliário em várias regiões do país reflete esta tendência.

Em cidades como Vila Real e Bragança, os preços por metro quadrado atingiram valores recorde em setembro de 2025. Em Vila Real, o valor chegou a 1.936 euros/m², enquanto em Bragança alcançou 1.211 euros/m².

Estes números demonstram que a pressão sobre os preços não se limita aos grandes centros urbanos de Lisboa e Porto, estendendo-se também a cidades do interior.

A persistência da subida dos preços, mesmo com um aumento significativo da construção, indica que a procura, tanto nacional como internacional, continua a superar a capacidade de resposta do mercado. Fatores como o aumento dos custos de construção, a escassez de mão de obra e a atratividade de Portugal como destino de investimento contribuem para este cenário.

A situação configura um mercado que se mantém "inacessível" para muitas famílias portuguesas, tornando o acesso à habitação um dos maiores desafios sociais e económicos do país.

A expectativa para o próximo ano é que, sem alterações estruturais significativas na oferta ou na procura, a tendência de valorização dos imóveis se mantenha.