A análise de mercado demonstra uma mudança estrutural, com as opções mais económicas a desaparecerem rapidamente, particularmente em cidades como Funchal, Faro, Lisboa e Porto. Fatores como os elevados custos de construção, os atrasos nos licenciamentos e a alta carga fiscal são apontados como as principais razões para a dificuldade dos promotores em colocar no mercado imóveis a preços mais baixos. Esta escassez empurra as famílias com rendimentos médios para fora do mercado de compra, intensificando as desigualdades sociais. A crise é tão severa que leva a situações de vida precárias, como ilustrado pelo caso de um jovem funcionário público espanhol que, com um salário de 1.300 euros, optou por viver numa carrinha adaptada por não conseguir pagar uma renda em Cádis — uma realidade que espelha as dificuldades de muitos jovens em Portugal, onde as rendas em Lisboa e Porto superam os 15 euros por metro quadrado. Como alternativa, surgem soluções como as casas pré-fabricadas de madeira, apresentadas como uma opção mais económica, embora não incluam custos de terreno, transporte e instalação.