A disponibilidade de casas à venda por valores até 200 mil euros em Portugal sofreu uma quebra de 73% entre o terceiro trimestre de 2020 e o mesmo período de 2025, segundo dados do portal imobiliário Idealista. Esta redução drástica da oferta acessível contrasta com o aumento de 42% no número de imóveis com preços superiores a 500 mil euros, evidenciando uma profunda transformação do mercado que dificulta o acesso à habitação para a maioria das famílias. Esta tendência é visível na maioria das capitais de distrito, onde a oferta de casas a preços mais baixos desapareceu rapidamente.
Fatores como os elevados custos de construção, os atrasos nos licenciamentos e a alta carga fiscal são apontados como razões para esta evolução.
Simultaneamente, o mercado de arrendamento continua sob forte pressão.
A nível nacional, a renda média atingiu os 1.400 euros em novembro, um aumento de 10% face a outubro e de 9% em relação ao ano anterior. O distrito de Faro exemplifica esta pressão, com uma renda média de 1.300 euros e um aumento mensal de 8,3%. Faro consolida-se ainda como o distrito mais caro do sul do país para comprar casa, com um preço médio de 570.000 euros. Este cenário de escassez de oferta acessível e de rendas crescentes agrava a crise habitacional, empurrando cada vez mais famílias para uma situação de esforço financeiro insustentável.
Em resumoA crise de acessibilidade à habitação em Portugal agravou-se com uma queda de 73% na oferta de casas até 200 mil euros em cinco anos e um aumento contínuo das rendas. O mercado está cada vez mais direcionado para segmentos de preços elevados, deixando a maioria das famílias com poucas ou nenhumas opções.