Em resposta a este desafio, o Governo tem implementado medidas de apoio. A garantia pública para jovens até 35 anos na compra da primeira casa, que permite o financiamento a 100% do valor de avaliação, tem tido uma adesão significativa, representando já 25,9% dos novos contratos de crédito à habitação em 2024. Adicionalmente, a recente descida das taxas de juro e as ligeiras correções de preços em algumas zonas de Lisboa e Porto podem começar a aliviar a pressão sobre os jovens compradores.
Jovens enfrentam crescentes dificuldades no acesso à habitação
O acesso à habitação tornou-se um dos maiores desafios para as gerações mais jovens em Portugal, refletido numa acentuada quebra da percentagem de jovens com casa própria e na crescente dificuldade em arrendar uma habitação nos grandes centros urbanos. Um dado, verificado num dos debates presidenciais, indica que a proporção de jovens proprietários de casa caiu de 64% em 2001 para apenas 24% em 2017, ilustrando uma tendência de longo prazo que a crise atual veio agravar. Atualmente, com os preços de arrendamento em cidades como Lisboa e Porto a ultrapassarem os 15 euros por metro quadrado, a emancipação torna-se financeiramente inviável para muitos. Esta realidade força os jovens a adiar a saída da casa dos pais, a procurar quartos em casas partilhadas ou a adotar soluções de vida alternativas, como ilustra o caso de um jovem espanhol que, com um salário de 1.300 euros, optou por viver numa carrinha por não conseguir pagar uma renda.



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