A situação é particularmente grave para os grupos mais vulneráveis, como os idosos, onde um em cada cinco enfrenta sérias dificuldades financeiras, e as famílias monoparentais.

A precariedade não se limita aos desempregados; mais de 9% dos trabalhadores em Portugal estão em risco de pobreza, um valor superior à média da União Europeia.

Este cenário de baixos salários colide diretamente com os elevados custos da habitação, tanto na compra como no arrendamento. A dificuldade é tal que até emigrantes portugueses em países com salários mínimos elevados, como o Luxemburgo, relatam a impossibilidade de regressar a Portugal devido aos custos da habitação.

Um trabalhador a ganhar 2.700 euros brutos no Grão-Ducado afirma que, após pagar as despesas, não consegue poupar, e que só regressaria se o salário mínimo em Portugal atingisse os 1.100 euros.

Esta realidade evidencia um desfasamento profundo entre os rendimentos da maioria da população e os preços praticados no mercado imobiliário, tornando a habitação um dos maiores desafios sociais e económicos do país.