A Câmara Municipal de Lisboa apresentou uma proposta de orçamento de 1,345 mil milhões de euros para 2026, um valor ligeiramente inferior ao do ano anterior, mas que, segundo o executivo, prevê um aumento de 30% no investimento. A habitação foi destacada como uma área prioritária, embora o vice-presidente, Gonçalo Reis, não tenha especificado o montante total alocado a esta pasta, que em 2025 ascendia a 154 milhões de euros. Na apresentação, Gonçalo Reis assegurou que haverá “uma aposta enorme na habitação”, detalhando várias iniciativas.
Estão previstos mais de 520 fogos em construção nova e reabilitação para concluir, e cerca de 500 fogos em fase de projeto. Adicionalmente, 4.800 habitações em bairros municipais beneficiarão de obras de eficiência energética, a cargo da empresa municipal Gebalis, que terá um orçamento de 64,9 milhões de euros. O programa “De Volta ao Bairro”, destinado a jovens, deverá entregar 102 casas em 2026, de um total de 700 previstas para o mandato. O executivo, liderado por Carlos Moedas, continua a governar sem maioria absoluta, necessitando de negociações com a oposição para aprovar o orçamento.
A falta de um valor global para a habitação dificulta a comparação com o ano anterior, mas as medidas anunciadas indicam a continuidade de uma forte aposta na resposta à crise habitacional na capital, onde a pressão sobre os preços é mais intensa.
Em resumoA proposta de orçamento de Lisboa para 2026 reflete a prioridade política dada à habitação, com um conjunto de projetos de construção, reabilitação e apoios específicos. No entanto, a ausência de um valor consolidado para o investimento total no setor impede uma avaliação clara da sua dimensão e evolução face ao orçamento anterior, num momento crítico para a acessibilidade habitacional na cidade.