O montante de novos contratos de crédito à habitação atingiu um máximo histórico em outubro, impulsionado pela forte procura por parte dos jovens. Este dinamismo no mercado imobiliário contrasta com a descida nas renegociações de crédito, indicando uma renovada confiança na aquisição de casa própria. De acordo com os dados do Banco de Portugal (BdP), os novos contratos de empréstimos para habitação subiram 77 milhões de euros face a setembro, totalizando 2.160 milhões de euros. Este valor, juntamente com o crédito ao consumo, levou o total de novos contratos de empréstimos a particulares a atingir 3.085 milhões de euros, o valor mais elevado da série histórica iniciada em 2014. Os jovens até aos 35 anos continuam a ser o principal motor deste crescimento, representando 61% do montante total de novos contratos para habitação própria permanente.
Esta percentagem está em linha com o observado nos últimos oito meses, demonstrando a importância deste segmento para o mercado.
O aumento da procura por novos créditos ocorre num contexto de descida das taxas de juro médias, que atingiram 2,85% em outubro. A combinação de condições de financiamento mais favoráveis e a necessidade de acesso à habitação parece estar a superar as incertezas económicas, levando mais famílias, especialmente as mais jovens, a avançar com a compra de casa. A forte adesão ao crédito à habitação reflete a persistente dificuldade de acesso ao mercado de arrendamento, cujos preços continuam a subir, tornando a compra de casa, mesmo com recurso a financiamento, uma opção mais atrativa para muitos.
Em resumoO recorde de novos contratos de crédito à habitação em outubro, liderado por jovens, sinaliza um mercado de compra e venda dinâmico, apesar da crise de acessibilidade. Este fenómeno sugere que, para muitas famílias, o endividamento continua a ser a via principal para garantir uma habitação, num cenário de arrendamento cada vez mais inacessível.