Segundo o coordenador do estudo, Paulo Trigo Pereira, esta inversão da tendência de melhoria observada até 2020 deve-se a uma “degradação significativa” nas dimensões da habitação e da saúde. O indicador da habitação, que avalia o esforço de acesso, a sobrecarga de despesas e a autonomia, sofreu uma queda abrupta de 0,46 em 2019 para 0,23 em 2023. O economista destacou que Portugal é um dos países com maior percentagem de jovens até aos 35 anos a viver em casa dos pais, um indicador que “tem vindo sempre a aumentar”.
Paulo Trigo Pereira considerou que as políticas habitacionais têm falhado e não compreendem “a gravidade, do ponto de vista intergeracional, do problema”.
Na saúde, o índice caiu de 0,57 para 0,35, refletindo o agravamento do acesso aos cuidados e uma diminuição da despesa em prevenção. O relatório adverte que Portugal enfrenta “um retrocesso estrutural na equidade entre gerações”, alertando ainda para o aumento dos passivos da Segurança Social, que ameaçam o nível de vida das futuras gerações de reformados.














