A necessidade de uma estratégia pública estável e de longo prazo foi apontada como crucial para restaurar a confiança no mercado.
Durante a mesa-redonda, Telmo Azevedo, da JLL, destacou que, embora a procura tenha estabilizado, “a oferta nova está muito aquém do necessário”, um problema agravado pela dificuldade em desenvolver projetos devido aos custos de construção, à lentidão dos licenciamentos e à carga fiscal. A questão dos impostos foi um tema central, com Aniceto Viegas, CEO da Avenue, a defender que manter um IVA elevado na construção “é contraproducente” e que uma redução seletiva poderia viabilizar mais projetos, especialmente para a classe média.
Paulo Caiado, presidente da APEMIP, juntou-se às críticas, salientando que o Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) “tornou a compra mais pesada e afastou muitos agregados que já estavam no limite”.
O mercado de arrendamento também foi identificado como um ponto fraco, fragilizado pela instabilidade legislativa que afasta investidores.
Paulo Jervell, da Openbook, reforçou a necessidade de uma visão de longo prazo, afirmando que “a habitação exige estratégia, não medidas avulsas”. O consenso geral foi que o Estado deve assumir um papel de facilitador, desbloqueando solo urbano e promovendo parcerias com privados, em vez de se focar apenas em medidas reativas e isoladas.














