Em Beja, a Câmara Municipal ativou um abrigo noturno temporário, que funcionará entre dezembro e março, para proteger a população sem-abrigo durante os meses de inverno.

A iniciativa, instalada num imóvel da Cáritas Diocesana, visa garantir "segurança, o bem-estar e a dignidade" e será articulada com o Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem-Abrigo (NPISA).

No Porto, onde em 2023 existiam quase 600 pessoas em situação de sem-abrigo, discute-se o apoio em edifícios do Estado.

Para além destas respostas de emergência, emerge um debate sobre as causas estruturais do problema.

Lígia Teixeira, especialista em políticas para pessoas em situação de sem-abrigo, defende que "é preciso cuidar das classes médias para evitar que mais pessoas acabem nas ruas". A especialista sublinha a importância de ter dados fiáveis para definir estratégias eficazes, criticando a ideia de que algumas pessoas não estão preparadas para ter uma casa, que considera um "completo mito, baseado no estigma". Esta perspetiva alarga o foco do problema, conectando a luta contra a situação de sem-abrigo à necessidade de garantir habitação acessível para todos.