Como estes locais não são considerados habitações legais, os imigrantes não conseguem obter um atestado de residência, documento essencial para a sua regularização.

Para contornar este obstáculo, recorrem a uma rede fraudulenta que paga a cidadãos para testemunharem falsamente que o imigrante reside numa morada legal. Frequentemente, estas moradas pertencem a proprietários que desconhecem por completo que as suas casas estão a ser usadas neste esquema.

A denúncia ganhou maior visibilidade através de João Pica, presidente da Junta de Freguesia da Venteira, que afirmou ter sido ele próprio aliciado para participar na fraude a troco de 60 a 70 euros. Em resposta, a junta implementou medidas mais rigorosas, passando a exigir um contrato de arrendamento registado e limitando o número de vezes que uma pessoa pode servir de testemunha.

O autarca prometeu ainda agir contra as lojas utilizadas como dormitórios, classificando a situação como "desumana" e um caso de "tráfico humano".