Este dado, proveniente de um relatório do Conselho Europeu, confirma a grave crise de acessibilidade que afeta a capital portuguesa e que a coloca entre os locais mais inacessíveis para viver na Europa. A conclusão do relatório europeu, mencionada na cronologia dos principais acontecimentos de 2025, vem corroborar a perceção generalizada de que os custos da habitação em Lisboa se tornaram incomportáveis para a maioria dos rendimentos. A pressão sobre o mercado imobiliário, impulsionada por uma combinação de fatores como o turismo, o investimento estrangeiro e a oferta insuficiente, fez disparar os preços das rendas e da compra de casa para níveis insustentáveis. A situação é de tal forma crítica que se estima que seja necessário um salário de cerca de 3.000 euros para conseguir arrendar uma casa na capital sem comprometer excessivamente o orçamento familiar. Este desequilíbrio entre os salários praticados e o custo de vida, particularmente no que toca à habitação, não só dificulta a fixação de jovens e trabalhadores, como também agrava as desigualdades sociais. O reconhecimento desta realidade por uma entidade europeia confere uma dimensão externa a um problema que é sentido diariamente por milhares de lisboetas, sublinhando a urgência de políticas públicas eficazes para corrigir as distorções do mercado.