A transformação de espaços comerciais desocupados e edifícios antigos em habitações está a ganhar força como uma estratégia pragmática para aumentar a oferta de casas e revitalizar os centros urbanos. Propostas em municípios como Vila Verde e decisões de entidades como a Santa Casa da Misericórdia de Espinho ilustram uma tendência crescente para a reconversão do edificado existente. Em Vila Verde, a Iniciativa Liberal propôs a simplificação dos processos de licenciamento para permitir que proprietários de lojas encerradas as possam converter em apartamentos. A proposta defende que esta medida aumentaria a oferta de habitação, ajudaria a estabilizar os preços e traria mais vida e segurança aos centros das freguesias, que assistem à degradação de muitos espaços comerciais.
A ideia é aproveitar o parque edificado existente como uma alternativa mais rápida e sustentável à construção nova em solos virgens.
Numa linha semelhante, a Santa Casa da Misericórdia de Espinho decidiu alterar o projeto para uma antiga creche: em vez de um centro para doentes de Alzheimer, o edifício será reabilitado para dar lugar a apartamentos destinados ao mercado de arrendamento. Esta decisão reflete uma adaptação às necessidades prementes do mercado, onde a carência de casas para arrendar é uma realidade gritante. Ambas as situações apontam para uma mesma solução: a otimização e reutilização de estruturas já construídas como uma resposta eficiente à crise habitacional, promovendo a reabilitação urbana e um uso mais inteligente dos recursos existentes.
Em resumoA reconversão de lojas vazias e edifícios subutilizados em habitação está a emergir como uma resposta viável à escassez de casas. Esta abordagem promove a reabilitação urbana, otimiza o uso do edificado e apresenta-se como uma alternativa mais sustentável e célere do que a construção de raiz, contribuindo para a dinamização dos centros locais.