Esta subida, embora represente uma ligeira desaceleração de 0,1 pontos percentuais face ao mês anterior, mantém uma pressão significativa sobre o setor imobiliário e agrava os desafios da crise habitacional. De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o principal motor desta inflação continua a ser o custo da mão de obra, que registou uma subida de 8,3% em termos homólogos. Esta componente contribuiu com 3,8 pontos percentuais para a variação total do índice, evidenciando a escassez de trabalhadores qualificados e a crescente pressão salarial no setor da construção.

A componente dos materiais, por sua vez, apresentou um crescimento mais moderado de 1,3%, uma taxa idêntica à de setembro. Entre os materiais que mais influenciaram a subida destacam-se os vidros e espelhos, com um aumento de cerca de 25%, e o betão pronto, móveis de cozinha e artigos sanitários, com subidas na ordem dos 5%. Em sentido contrário, verificaram-se descidas de aproximadamente 5% nos preços dos produtos cerâmicos e dos pré-fabricados de betão. A persistência destes custos elevados tem implicações diretas tanto para promotores privados como para projetos de habitação pública, uma vez que encarece a construção de novos fogos e a reabilitação de edifícios. Este cenário dificulta a disponibilização de habitação a preços acessíveis, impactando diretamente o orçamento das famílias e a capacidade de resposta das autarquias aos problemas habitacionais.