No entanto, as vítimas acabavam a trabalhar em regime de quase escravidão, “alojados em condições degradantes”, em quartos “sobrelotados, sem climatização e mal conservados”. Além das condições de habitação precárias, os arguidos cobravam aos trabalhadores despesas de alojamento, alimentação, transporte e documentação, o que resultava em situações onde os imigrantes não recebiam qualquer salário, sendo forçados a “mendigar por comida”.

Na primeira sessão do julgamento, a maioria dos arguidos optou pelo silêncio.

O processo revela uma faturação ilícita de quase 20 milhões de euros por parte da rede. Este caso destaca a intersecção entre a crise de mão de obra na agricultura, a imigração e a violação de direitos humanos, incluindo o direito a uma habitação digna, expondo a vulnerabilidade extrema a que muitos trabalhadores estrangeiros estão sujeitos em Portugal.