Este diagnóstico coloca o mercado nacional no centro das preocupações europeias, com os preços a divergirem significativamente dos rendimentos.
A Comissão Europeia estima que os preços da habitação em Portugal estejam sobrevalorizados em cerca de 25%, a percentagem mais elevada entre os 27 Estados-Membros. Este valor alarmante é o culminar de uma tendência que se acentuou a partir de 2016, ano em que “o crescimento dos preços da habitação começou a ultrapassar o crescimento dos rendimentos”, com o fosso entre ambos a aumentar “acentuadamente” desde então.
Juntamente com Portugal, países como os Países Baixos, Hungria, Luxemburgo e Irlanda também registaram aumentos acentuados na última década, mas a situação portuguesa destaca-se pela dimensão da sobrevalorização atual.
A análise de Bruxelas não se limita aos preços de compra e venda, estendendo-se também ao mercado de arrendamento e aos custos da energia, que continuaram a subir, agravando a crise. O relatório europeu refere ainda que Portugal é um dos piores países no que toca a variações no poder de compra, o que torna o acesso à habitação ainda mais difícil para a população. Este cenário de sobrevalorização e de desfasamento entre custos e rendimentos é um dos principais fatores que motivaram a Comissão Europeia a apresentar um plano de ação para promover habitação a preços acessíveis em toda a União.














