A principal crítica dos socialistas centra-se no que consideram ser um “desinvestimento profundo na habitação”, que agrava a crise na capital.

Os vereadores do PS, liderados por Alexandra Leitão, acusam a gestão de Carlos Moedas (PSD/CDS-PP/IL) de apresentar uma proposta que “representa uma opção política errada para a cidade”. Segundo os socialistas, o orçamento prevê um corte de cerca de 40% no investimento em habitação, o que corresponde a menos 68 milhões de euros em comparação com o ano anterior. O PS argumenta que, num contexto de forte pressão social, a proposta “reduz de forma significativa o investimento estrutural e privilegia a despesa corrente”. O presidente da câmara, Carlos Moedas, reagiu com surpresa, afirmando estar “espantado” com o que classificou como “o radicalismo do PS de Lisboa” e lamentando que “os lisboetas não podem contar com o PS”. A decisão do PS de votar contra, após quatro anos a viabilizar os orçamentos de Moedas através da abstenção, coloca a aprovação do documento em risco, uma vez que a coligação que governa a capital não tem maioria absoluta. O partido Chega, que detém dois vereadores, mantém a sua decisão “em aberto”, condicionando o seu voto à inclusão das suas propostas e a esclarecimentos adicionais por parte do executivo.

Esta incerteza política evidencia as profundas divergências sobre as prioridades para a cidade, com a habitação a emergir como o principal ponto de discórdia.