A Comissão Europeia anunciou que irá propor, em 2026, uma nova lei para dar às autoridades nacionais e locais mais margem de manobra para limitar o Alojamento Local (AL), reconhecendo o seu impacto na crise de habitação. Esta medida faz parte do primeiro Plano Europeu para a Habitação Acessível, apresentado como resposta ao aumento dos preços e à escassez de casas para arrendamento de longa duração em toda a União Europeia. O comissário europeu da Habitação, Dan Jørgensen, explicou que a futura legislação permitirá definir "critérios para designar uma área como zona habitacional sob pressão", onde será possível aplicar diferentes medidas de controlo.
Esta abordagem visa resolver os problemas legais que algumas cidades enfrentaram ao tentar regular o setor, devido a conflitos com as regras do mercado interno da UE.
Segundo dados da Comissão, o Alojamento Local cresceu mais de 90% na última década e, em algumas regiões europeias, já representa até 20% do parque habitacional, contribuindo para a redução da oferta de residências permanentes.
A proposta legislativa surge num contexto em que os preços das casas na UE aumentaram em média até 60% desde 2015.
A iniciativa, no entanto, divide os eurodeputados portugueses.
Enquanto alguns a veem como uma ferramenta necessária, a eurodeputada da Iniciativa Liberal, Ana Vasconcelos, considera que o Alojamento Local "tem sido frequentemente o bode expiatório das crises de habitação", manifestando preocupação com uma interferência excessiva no mercado.
Em resumoReconhecendo o impacto do Alojamento Local na crise habitacional, a Comissão Europeia vai avançar com uma nova legislação em 2026 para permitir que as autoridades locais regulem mais eficazmente o setor, uma medida que visa equilibrar o mercado mas que gera debate sobre a sua justeza e eficácia.