Apesar de serem a geração mais instruída de sempre, a sua transição para a vida adulta é descrita como “cada vez mais longa, instável e desigual”.

Os dados mostram que, mesmo entre os que trabalham a tempo inteiro, a autonomia financeira é uma miragem.

Cerca de 82% dos jovens trabalhadores ganham menos de 1.500 euros mensais, valor inferior ao salário médio nacional bruto de 1.615 euros.

Apenas 13% superam esse patamar.

Consequentemente, a capacidade de sair de casa dos pais é extremamente limitada: 82% continuam a viver com familiares, enquanto apenas 7% conseguem viver sozinhos. O relatório é explícito ao afirmar que “o custo elevado da habitação, aliado à precariedade laboral e salarial, condiciona profundamente a capacidade das pessoas jovens de viverem de forma autónoma”. Os jovens que participaram nos grupos focais do estudo consideram que viver sozinho é “quase impossível nos primeiros anos de carreira”, devido ao desfasamento entre os salários e o custo de vida. A formação académica superior não é vista como garantia de melhores condições, questionando a adequação do sistema de ensino às exigências do mercado de trabalho.