O estudo aponta também para maiores dificuldades no acesso ao emprego e desigualdades de género mais acentuadas no mercado de trabalho. Esta vulnerabilidade económica agrava as dificuldades no acesso à habitação, num mercado já sobreaquecido.

Em paralelo, uma análise do Banco de Portugal sobre a crise habitacional identificou a imigração como o principal motor do aumento do número de famílias no país desde 2021. A entrada líquida de imigrantes, que atingiu uma média de 127 mil pessoas por ano, resultou num acréscimo de cerca de 52 mil famílias anuais a procurar casa, um número sem precedentes que intensificou o desequilíbrio entre uma procura elevada e uma oferta de construção que não tem conseguido dar resposta. Desta forma, os imigrantes são, simultaneamente, um fator de pressão sobre o mercado e uma das populações mais afetadas pela própria crise.