Na ULS São José, em Lisboa, os dias de internamento inapropriado duplicaram de 2024 para 2025, representando um custo estimado de 8,4 milhões de euros este ano. Na ULS Almada-Seixal, o tempo médio de internamento social ronda os 90 dias, com um impacto financeiro superior a 3,8 milhões de euros.

A ULS Matosinhos cancelou 717 cirurgias entre 2023 e 2025 por falta de vagas, sendo que só este ano foram adiadas 343 intervenções. As principais causas apontadas pelos hospitais são a demora na colocação de doentes na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), a falta de vagas em lares, processos judiciais pendentes e a ausência de retaguarda familiar. Adélia Gomes, coordenadora do Serviço Social da ULS Amadora-Sintra, considera a situação “particularmente preocupante”, destacando a “morosidade e parca resposta” na integração em lares de idosos e a complexidade acrescida de uma população envelhecida e, por vezes, sem suporte familiar.