Este fenómeno agrava a crise habitacional para uma comunidade que tem crescido exponencialmente e que é maioritariamente jovem e qualificada. O Plano Municipal para a Integração dos Migrantes de Coimbra, que será discutido em reunião de executivo, traça um retrato detalhado da população migrante no concelho, que aumentou 71% entre 2021 e 2023, atingindo quase 14 mil pessoas. O documento, baseado em inquéritos e grupos focais, aponta que, para além do custo elevado das casas, os migrantes enfrentam “experiências de racismo no quotidiano” ao procurar alojamento.
O plano regista “testemunhos de recusa de senhorios a arrendar a determinadas nacionalidades”. Num inquérito com 243 participantes, mais de um terço (38,6%) relatou dificuldades em encontrar casa, e a maioria (58%) afirmou ter sentido um tratamento injusto devido à sua origem, cor de pele ou sotaque. O documento propõe a criação de um protocolo municipal para a denúncia de casos de discriminação e um programa de mediadores comunitários para ajudar a superar estas barreiras. A situação em Coimbra espelha um problema mais vasto, como indicado pelo estudo da Pordata, que revela que mais de um em cada quatro estrangeiros em Portugal vive em situação de pobreza ou exclusão social.














