Em novembro, o valor mediano atingiu um novo pico histórico, o que tem implicações diretas para compradores e para a estabilidade do setor financeiro. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), o valor mediano de avaliação bancária atingiu os 2.060 euros por metro quadrado em novembro, um aumento homólogo de 18,4% e um crescimento de 35 euros face ao mês anterior.
Este é o terceiro maior salto mensal desde 2011, evidenciando uma aceleração contínua.
A subida é transversal a todas as tipologias, com os apartamentos a atingirem 2.389 euros/m² (+22,9% homólogo) e as moradias 1.500 euros/m² (+13,6%). Geograficamente, a Grande Lisboa (3.143 euros/m² para apartamentos) e o Algarve (2.771 euros/m²) continuam a ser as regiões mais dispendiosas.
A Península de Setúbal destaca-se com o crescimento homólogo mais expressivo (26,9%), sugerindo um efeito de contágio do mercado saturado de Lisboa. Esta tendência de valorização constante complica o acesso ao crédito à habitação, uma vez que os bancos financiam uma percentagem do menor valor entre o preço de compra e a avaliação. Se a avaliação ficar aquém do preço de venda, os compradores necessitam de uma entrada de capital próprio superior, dificultando a aquisição, especialmente para os mais jovens.
A subida sustentada das avaliações reflete a escassez de oferta e a forte procura, mas levanta também preocupações sobre a sustentabilidade do mercado e o crescente sobre-endividamento das famílias.














