No entanto, o Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI) alerta que este mecanismo, criado há quase uma década, é largamente ineficaz.

Segundo o presidente do STI, Gonçalo Rodrigues, muitas declarações são entregues com dados incompletos ou inconsistentes, como a falta do artigo matricial do imóvel, o que "inviabiliza qualquer cruzamento automático de dados e limita a ação inspetiva".

Esta falha sistémica, já apontada pela Inspeção-Geral de Finanças em 2024, permite que um mercado paralelo de arrendamento não declarado continue a prosperar, com perdas de receita estimadas em milhões de euros. O Ministério das Finanças, embora admita a necessidade de melhorias e confirme que estão a ser preparadas alterações ao Modelo 2, rejeita a existência das falhas apontadas.

A situação evidencia uma fragilidade no combate à economia paralela, contribuindo para uma "cultura de incumprimento" e para uma desigualdade fiscal entre os proprietários que cumprem as suas obrigações e aqueles que evitam o pagamento de impostos.