A polémica teve origem num vídeo partilhado por Joana Marques no Instagram, que satirizava a interpretação do hino nacional pelos Anjos durante um evento de MotoGP no Algarve em 2022, utilizando uma montagem com reações do júri do programa "Ídolos". Os irmãos Nélson e Sérgio Rosado alegam que o vídeo teve um "impacto altamente lesivo" na sua carreira, resultando no cancelamento de 11 concertos e na perda de patrocínios. Em tribunal, o seu contabilista apresentou dados sobre uma quebra na faturação após a polémica, e o empresário da banda, António José Pereira Gomes, afirmou que "o cachet justo dos Anjos seria de 25 mil euros. Estamos neste momento com 20 mil". A dimensão pessoal do impacto foi sublinhada por Sérgio Rosado, que mencionou ter desenvolvido acne devido ao "bullying online". A defesa de Joana Marques, apoiada por figuras como Ricardo Araújo Pereira e Fernando Alvim, sustenta que se trata de um exercício de humor protegido pela liberdade de expressão. Ricardo Araújo Pereira, em tribunal, desdramatizou a linguagem usada, afirmando: "Quando se diz que alguém assassina uma música ninguém está a meter a pessoa no mesmo patamar de Rosa Grilo". O humorista considerou que uma condenação seria uma "catástrofe" para a liberdade de expressão em Portugal. Fernando Alvim corroborou esta perspetiva, sugerindo que os artistas estão "muito mais magoados do que lesados". O julgamento, que se prolongou por várias sessões em junho, incluiu momentos processuais notáveis, como a tentativa da defesa dos Anjos de impedir o depoimento da própria Joana Marques, um requerimento que a juíza indeferiu.
