A taxa de juro aplicável à facilidade permanente de depósito permanece assim nos 2,00%, o nível mais baixo desde o início de 2023, enquanto as taxas das operações principais de refinanciamento e da facilidade permanente de cedência de liquidez se mantêm em 2,15% e 2,40%, respetivamente. A decisão do Conselho de Governadores, descrita como unânime, quebra um ciclo de oito descidas desde junho de 2024, quando a taxa de depósito atingiu um pico de 4,0%. A presidente do BCE, Christine Lagarde, justificou a medida afirmando que a instituição está agora numa posição de “esperar para ver”, dado que a inflação na Zona Euro atingiu a meta de 2% em junho. “Pode dizer-se que estamos em pausa”, admitiu Lagarde, acrescentando que “encerramos o ciclo desinflacionário com o qual lutamos nos últimos meses”. A decisão foi sustentada pela contínua diminuição das pressões sobre os preços internos, com os salários a crescerem mais lentamente. Em linha com este cenário, os analistas do BCE reviram em baixa a projeção da inflação para 2% em 2025 e 1,8% em 2026, enquanto a previsão de crescimento do PIB para 2025 foi revista em alta para 1,1%. Contudo, Lagarde sublinhou que o ambiente económico permanece “excecionalmente incerto, especialmente devido aos conflitos comerciais”, e pediu uma “solução rápida para as incertezas comerciais”. Embora os mercados já antecipassem a pausa, a possibilidade de um novo corte de 25 pontos base até ao final do ano permanece em aberto, dependendo da evolução dos dados económicos.
