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Economia July 26, 2025

BCE interrompe ciclo de cortes e mantém taxa de juro de referência em 2%

O Banco Central Europeu (BCE) decidiu manter as suas taxas de juro diretoras inalteradas, assinalando uma pausa após um ciclo de sete cortes consecutivos. Esta decisão reflete um cenário de inflação controlada, mas também de incerteza económica acentuada pelas tensões comerciais globais.

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A taxa de juro aplicável à facilidade permanente de depósito permanece assim nos 2,00%, o nível mais baixo desde o início de 2023, enquanto as taxas das operações principais de refinanciamento e da facilidade permanente de cedência de liquidez se mantêm em 2,15% e 2,40%, respetivamente. A decisão do Conselho de Governadores, descrita como unânime, quebra um ciclo de oito descidas desde junho de 2024, quando a taxa de depósito atingiu um pico de 4,0%. A presidente do BCE, Christine Lagarde, justificou a medida afirmando que a instituição está agora numa posição de “esperar para ver”, dado que a inflação na Zona Euro atingiu a meta de 2% em junho. “Pode dizer-se que estamos em pausa”, admitiu Lagarde, acrescentando que “encerramos o ciclo desinflacionário com o qual lutamos nos últimos meses”. A decisão foi sustentada pela contínua diminuição das pressões sobre os preços internos, com os salários a crescerem mais lentamente. Em linha com este cenário, os analistas do BCE reviram em baixa a projeção da inflação para 2% em 2025 e 1,8% em 2026, enquanto a previsão de crescimento do PIB para 2025 foi revista em alta para 1,1%. Contudo, Lagarde sublinhou que o ambiente económico permanece “excecionalmente incerto, especialmente devido aos conflitos comerciais”, e pediu uma “solução rápida para as incertezas comerciais”. Embora os mercados já antecipassem a pausa, a possibilidade de um novo corte de 25 pontos base até ao final do ano permanece em aberto, dependendo da evolução dos dados económicos.

ai briefingEm resumo
A decisão do BCE de manter os juros em 2% marca uma viragem para uma postura de maior cautela, influenciada pela estabilização da inflação em torno da meta e pela crescente incerteza geopolítica e comercial. Embora um novo corte de juros até ao final do ano não esteja descartado, a autoridade monetária sinaliza que futuras decisões dependerão estritamente da evolução dos dados económicos.

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