Esta isenção temporária e as taxas excecionalmente baixas para os restantes escalões nestes dois meses visam compensar os contribuintes pelo imposto retido a mais desde o início do ano. A partir de outubro, entrarão em vigor tabelas regulares, ainda com taxas inferiores às praticadas até julho, mas sem o efeito retroativo. Por exemplo, um trabalhador solteiro com um salário de 1.500 euros, que retinha 186 euros, passará a reter apenas 8 euros em agosto e setembro, e 181 euros a partir de outubro. Simulações da consultora PwC indicam que, devido a esta menor retenção anual, um contribuinte com este salário, que antes teria um reembolso, poderá ter de pagar 126 euros ao Estado em 2026. A bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados, Paula Franco, alerta que, tal como em 2024, poderá haver uma “surpresa generalizada sobre o valor a receber”. O Ministério do Trabalho confirmou que a Segurança Social e a Caixa Geral de Aposentações aplicarão as novas tabelas já nas pensões de agosto. As empresas que não consigam adaptar os seus sistemas a tempo poderão fazer os acertos até ao final do ano.
