Segundo a estimativa rápida divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a deterioração da balança comercial reflete um abrandamento da procura externa e uma contínua necessidade de compras ao exterior. A quebra nas exportações contrasta com o crescimento de 7,7% registado no primeiro trimestre do ano. Excluindo as transações com vista a ou na sequência de trabalhos por encomenda (TTE), a queda nas exportações acentua-se para 1,7%, enquanto o aumento das importações se modera para 1,9%. O INE nota que, embora o crescimento das importações tenha abrandado ligeiramente face aos 7,0% do trimestre anterior, a tendência de subida mantém-se. Este desempenho da balança comercial ocorre num contexto de elevada incerteza internacional, marcado pela recente negociação de novas tarifas comerciais entre a União Europeia e os Estados Unidos. Analistas do Goldman Sachs já reviram em alta as projeções para a economia da Zona Euro, prevendo um impacto das tarifas norte-americanas de 0,4 pontos percentuais no crescimento até ao final do próximo ano, menos do que os 0,6 pontos inicialmente calculados, devido a uma economia europeia "mais resistente do que o antecipado". No entanto, os dados do INE sugerem que a economia portuguesa sentiu um arrefecimento na sua componente exportadora durante este período.
