As previsões, divulgadas pelo Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) para Portugal e pela Comissão Europeia para o conjunto da UE, apontam para uma das vindimas mais difíceis das últimas décadas. A principal causa para esta redução acentuada é a instabilidade meteorológica sentida durante a primavera, com precipitação intensa e temperaturas amenas que favoreceram o desenvolvimento de doenças fúngicas, como o míldio. Em Portugal, as quebras mais acentuadas concentram-se em três das principais regiões produtoras: Douro (-20%), Lisboa (-15%) e Alentejo (-15%), que, em conjunto, representam uma redução de quase 680 mil hectolitros. Em contraste, regiões como o Dão (+15%) e a Beira Interior (+10%) esperam um aumento da produção. No contexto europeu, a produção deverá fixar-se em 137 milhões de hectolitros, 10% abaixo da média dos últimos cinco anos. A quebra é liderada por França (-25%) e Alemanha (-11%), que, juntamente com a redução de 8% em Portugal, não são compensadas pelos aumentos previstos em Itália (+15%) e Espanha (+10%). A situação climática até à vindima, nomeadamente o risco de escaldão, será determinante para a quantidade e qualidade final da colheita.
