Esta medida visa restabelecer a estabilidade e previsibilidade nas relações transatlânticas, evitando uma guerra comercial de larga escala.
O pacto firmado entre Ursula von der Leyen e Donald Trump representa um alívio para vários setores económicos europeus, que enfrentavam a ameaça de tarifas generalizadas de 30%. O acordo prevê a suspensão por seis meses das contramedidas da UE, que deveriam entrar em vigor a 7 de agosto, e estabelece que a nova taxa de 15% já inclui os direitos aduaneiros existentes da Nação Mais Favorecida (NMF), evitando a acumulação de tarifas. Para além do limite tarifário, o entendimento obriga a UE a realizar compras estratégicas no valor de 750 mil milhões de dólares em setores como gás natural, petróleo e chips de inteligência artificial, e a efetuar investimentos de 600 mil milhões de dólares na economia norte-americana. O acordo contempla ainda a isenção total de tarifas para um conjunto de produtos ainda a definir, sendo que setores como o vinho e as bebidas espirituosas aguardam uma clarificação, receando-se que fiquem sujeitos à taxa geral de 15% enquanto as negociações técnicas prosseguem. O porta-voz comunitário para o Comércio, Olof Gill, afirmou que “este acordo político restabelece a estabilidade e a previsibilidade para os cidadãos e as empresas a ambos os lados do Atlântico”, salvaguardando milhões de postos de trabalho. A ordem executiva emitida por Donald Trump a 31 de julho, que determina a aplicação das tarifas de 15% a partir de 8 de agosto, foi descrita por Gill como “o primeiro passo na implementação do acordo”.